Encontramos um momento especial para iniciar as postagens do CIEP Pablo Neruda em 2013.
O aniversário da cidade é um motivo de muito orgulho para nós, cariocas, e também para todos que não nasceram aqui, mas são cariocas de coração.
A professora de Educação Física RITA DE CÁSSIA FRANCO DE SOUZA ANTUNES escreveu este belíssimo texto sobre nossa deslumbrante cidade.
Vale a pena conferir.
O ENCANTO DESTA CIDADE É MEU
(Professora Rita de Cássia Franco de Souza Antunes)
RIO DE JANEIRO,
sempre lindo, cheio de encantos mil... Assim se canta o Rio e se destacam os
encantos naturais, trazendo à tona a própria natureza de quem o habita.
Quando se ouve falar
em verdes campos, flores belas, mares e marés, altas ondas, trilhas, voos,
inúmeras rotas de prazeres e liberdade, até se esquece do trânsito, do mau
trato das diferenças, dos descasos e desmandos comuns às metrópoles, porque os
corações se enobrecem nas retinas que imprimem essas visões de beleza.
Flores e mais flores
desabrocham incessantemente em todo e qualquer resquício de terra; as águas
seguem seu curso. Quando se adentra a floresta ou se navega, a exuberância de
espécies e matizes se mistura à diversidade de aromas e texturas conduzindo o
estado de vida ao nível de mais pura absorção. O pensamento rende-se aos
anestesiantes registros dos sentidos, que captam um mundo farto e vibrante;
pequena amostra do todo que havia e por isso mesmo concentra e espelha toda a
riqueza da vida nativa.
A vida de um carioca
é a mais nobre e delicada dessas flores. Extraindo e esbanjando bom humor, esse
povo cria um ar de realização bem sucedida às situações cotidianas,
transformando o indesejado em sátira contundente e as alegrias em glória e
troféus eternos, mas sempre superáveis por eles mesmos. Postura soberba herdada
de certa aristocracia, mas vivida por uma gente imbatível e aberta ao próximo,
que não escapa de uma conversa na fila, na praia, na esquina, no elevador, nos
‘halls’. Fina estampa e morena na maioria,nem que conseguida ao custo de muito
suor ao sol, seja na praia ou na laje; seja nas ruas vendendo sua força de
trabalho; expondo seu carisma; fiscalizando a natureza...
Não obstante, o gênio
inventivo e o extravasamento de sua capacidade de organização explodem em céu
aberto, na veia mais pulsante do ser carioca, a Marquês de Sapucaí. Ali,
seguindo a denominação deste lugar particular, denota sua nobreza; espanta seus
fantasmas; desvela suas fantasias reais do irreal mutável; chora suas dores;
exalta seus ícones e ídolos; mostra seus medos e; encara seus demônios na
certeza de que será melhor um dia... ou por um dia. E, não há no mundo quem não
se renda a esse espetáculo.
O encanto maior disso
tudo, no entanto, é meu, que por meus sentidos tenho de volta o que meu coração
transborda: um amor incontido, sofrido diante das mazelas renitentes, e sempre
crente na mudança para melhor, para a qual batalho a cada momento, em cada
canto percorrido do mapa, em cada canto que eu canto e ouço, em cada canto em
que me coloco para admirar o meu amor... RIO, assim como eu, de JANEIRO, mas
pronto o ano inteiro para o que der e vier, orando para que venha sempre o
melhor, para todos, no lugar em que cada um sabe, se não, precisa saber, que
ainda pode ser muito melhor do que a infinita capacidade humana consegue
imaginar.
Bom de papo e de
coração, sedutor capitulado pelo encanto do estrangeiro, promove o encontro com
o quê de semelhante conseguem ver um no outro. Há pouco tempo um japonês,
Daisaku Ikeda, recebeu a chave da cidade e o título de Cidadão Carioca.
Investigando os motivos que o levaram a alcançar tamanha honraria, descobri que
é um desses apaixonados pelo Rio, que ama a humanidade, e em poesia e prosa
refere-se a autores brasileiros em face ao tributo que presta à nossa
habilidade em acolher distintas culturas, ratificando o título que Darcy
Ribeiro confere ao Brasil de ‘a mais bela e luminosa província da Terra’. Em
carta recentemente enviada aos seus concidadãos cariocas, compara o Rio ao
‘jovem sol a iluminar o imenso território brasileiro’.
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