domingo, 3 de março de 2013

INICIANDO AS POSTAGENS DE 2013 EM GRANDE ESTILO

Encontramos um momento especial para iniciar as postagens do CIEP Pablo Neruda em 2013. 
O aniversário da cidade é um  motivo de muito orgulho para nós, cariocas, e também para todos que não nasceram aqui, mas são cariocas de coração.
A professora de Educação Física RITA DE CÁSSIA FRANCO DE SOUZA ANTUNES escreveu este belíssimo texto sobre nossa deslumbrante cidade. 
Vale a pena conferir. 


O ENCANTO DESTA CIDADE É MEU

(Professora Rita de Cássia Franco de Souza Antunes)

RIO DE JANEIRO, sempre lindo, cheio de encantos mil... Assim se canta o Rio e se destacam os encantos naturais, trazendo à tona a própria natureza de quem o habita.

Quando se ouve falar em verdes campos, flores belas, mares e marés, altas ondas, trilhas, voos, inúmeras rotas de prazeres e liberdade, até se esquece do trânsito, do mau trato das diferenças, dos descasos e desmandos comuns às metrópoles, porque os corações se enobrecem nas retinas que imprimem essas visões de beleza.

Flores e mais flores desabrocham incessantemente em todo e qualquer resquício de terra; as águas seguem seu curso. Quando se adentra a floresta ou se navega, a exuberância de espécies e matizes se mistura à diversidade de aromas e texturas conduzindo o estado de vida ao nível de mais pura absorção. O pensamento rende-se aos anestesiantes registros dos sentidos, que captam um mundo farto e vibrante; pequena amostra do todo que havia e por isso mesmo concentra e espelha toda a riqueza da vida nativa.

A vida de um carioca é a mais nobre e delicada dessas flores. Extraindo e esbanjando bom humor, esse povo cria um ar de realização bem sucedida às situações cotidianas, transformando o indesejado em sátira contundente e as alegrias em glória e troféus eternos, mas sempre superáveis por eles mesmos. Postura soberba herdada de certa aristocracia, mas vivida por uma gente imbatível e aberta ao próximo, que não escapa de uma conversa na fila, na praia, na esquina, no elevador, nos ‘halls’. Fina estampa e morena na maioria,nem que conseguida ao custo de muito suor ao sol, seja na praia ou na laje; seja nas ruas vendendo sua força de trabalho; expondo seu carisma; fiscalizando a natureza...

Não obstante, o gênio inventivo e o extravasamento de sua capacidade de organização explodem em céu aberto, na veia mais pulsante do ser carioca, a Marquês de Sapucaí. Ali, seguindo a denominação deste lugar particular, denota sua nobreza; espanta seus fantasmas; desvela suas fantasias reais do irreal mutável; chora suas dores; exalta seus ícones e ídolos; mostra seus medos e; encara seus demônios na certeza de que será melhor um dia... ou por um dia. E, não há no mundo quem não se renda a esse espetáculo.

O encanto maior disso tudo, no entanto, é meu, que por meus sentidos tenho de volta o que meu coração transborda: um amor incontido, sofrido diante das mazelas renitentes, e sempre crente na mudança para melhor, para a qual batalho a cada momento, em cada canto percorrido do mapa, em cada canto que eu canto e ouço, em cada canto em que me coloco para admirar o meu amor... RIO, assim como eu, de JANEIRO, mas pronto o ano inteiro para o que der e vier, orando para que venha sempre o melhor, para todos, no lugar em que cada um sabe, se não, precisa saber, que ainda pode ser muito melhor do que a infinita capacidade humana consegue imaginar.

Bom de papo e de coração, sedutor capitulado pelo encanto do estrangeiro, promove o encontro com o quê de semelhante conseguem ver um no outro. Há pouco tempo um japonês, Daisaku Ikeda, recebeu a chave da cidade e o título de Cidadão Carioca. Investigando os motivos que o levaram a alcançar tamanha honraria, descobri que é um desses apaixonados pelo Rio, que ama a humanidade, e em poesia e prosa refere-se a autores brasileiros em face ao tributo que presta à nossa habilidade em acolher distintas culturas, ratificando o título que Darcy Ribeiro confere ao Brasil de ‘a mais bela e luminosa província da Terra’. Em carta recentemente enviada aos seus concidadãos cariocas, compara o Rio ao ‘jovem sol a iluminar o imenso território brasileiro’.

Por inevitável associação, vejo a aquarela brasileira se formando por refração da luz que emana daqui, do Rio de Janeiro de braços abertos, convidando ao olhar, à presença e ao abraçar das pessoas. E, por humilde comparação, sinto que uma das essências do encantamento por este lugar reside em mim, junto com o desejo e o empenho para que nossa consciência carioca jamais permita que nenhuma outra fama seja maior do que a de CIDADE MARAVILHOSA. 

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